quinta-feira, 25 de abril de 2013

Produtores de mudas nativas se encontram na Embrapa Cerrados


Nilton de Menezes (esq.) e Geraldo José (direita)O viveirista Nilton de Menezes do Núcleo Rural Lago Oeste, em Sobradinho (DF), foi um dos participantes do I Encontro de Produtores de Mudas Nativas do Cerrado – evento realizado nesta quarta-feira (2) na Embrapa Cerrados, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária localizada em Planaltina (DF). Menezes montou em sua propriedade um viveiro de mudas de espécies nativas do Cerrado, ornamentais e de ervas medicinais. Ele se orgulha de já ter produzido, juntamente com seus sócios, mais de 10 mil delas em apenas um ano de trabalho. “O nosso interesse maior é ajudar no reflorestamento do Lago Oeste. Queremos que lá continue sendo área rural”, afirmou o viveirista, que estava acompanhando do caseiro de sua chácara, Geraldo José. Também participaram do Encontro estudantes e representantes de entidades governamentais e não-governamentais relacionadas ao tema.
A palestra de abertura do Encontro ficou a cargo do analista processual da Procuradoria-Geral da República, Anthony Brandão. Ele tratou do Código Florestal: Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL) e explicou que, juridicamente, APP é uma limitação administrativa que decorre da ideia constitucional da função social da propriedade da posse. “E no caso da APP é da posse tanto rural quanto urbana. A APP não é um instituto apenas da área rural, como muitos pensam”, esclareceu. Segundo ele, outra confusão que as pessoas fazem é achar que a APP não pode ser privada, o que não está correto.
Quanto às reservas legais, Brandão afirmou que elas possuem um diferencial importante em relação às áreas de preservação permanentes, pois admitem a exploração econômica. “A ideia foi fazer com que se criasse um novo padrão de produção”, explicou. Segundo ele, o Código fornece uma série de benefícios para os agricultores familiares, que muitas vezes não são colocados em prática. “A rigor, cada prefeitura do Brasil teria que ter um viveiro público ou fazer convênios para garantir esse direito”, pontuou.
O presidente da Comissão Técnica Nacional de Sementes e Mudas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), João Frattini, falou sobre a legislação do comércio de sementes e mudas de espécies nativas. Ele tratou especificamente da Lei 10.711/03 que instituiu o Sistema Nacional de Sementes e Mudas. Fattini explicou que a Lei não contempla a parte florestal, mas criou um mecanismo que dá autoridade ao Mapa de legislar sobre o assunto. “No Decreto de Regulamentação da Lei foi criado um capítulo específico para as espécies florestais. Dentro desse capítulo é que se desenvolve toda nossa legislação referente ao assunto”, informou.
Negócios promissores
Soraya Carvalho BarriosDe acordo com Soraya Carvalho Barrios, analista da Gerência de Sementes e Mudas da Embrapa Transferência de Tecnologia, a corrida ambiental inaugurou um novo negócio: a produção de mudas de árvores nativas. Segundo ela, os principais obstáculos para reflorestamento observados atualmente são: dificuldade de aquisição de sementes e mudas de espécies nativas; pouco conhecimento sobre o manejo de espécies florestais; baixa qualidade e frequência da assistência técnica; falta de crédito para implantação e manutenção de experiências e; presença de pragas e doenças.
Do ponto de vista técnico, segundo ela, um plano de recuperação deve fundamentar-se em três questões básicas: quais espécies plantar; quanto plantar de cada espécie, e como efetivar esse plantio, de modo a recobrir o solo em menos tempo, com menores perdas e custos. “O requisito fundamental para atingir esses objetivos é dispor de material genético de boa qualidade e de modelos silviculturais compatíveis com o bioma, atendendo toda a parte de legislação ambiental”, afirmou. De acordo com ela, a base para começar todo esse programa é a origem do material genético. “A semente é a base de tudo”, enfatizou.
Soraya Barrios pontuou os principais gargalos encontrados para implementar essas ações: insuficiência de disponibilidade de sementes e mudas em quantidade e qualidade suficientes adequadas para atender as demandas regionais localizadas; falta de dados referentes à demanda concreta para fins de reflorestamento – o que, segundo ela, dificulta a efetivação dessa cadeia de produção; dificuldade de propagação de algumas espécies nativas; e a falta de subsídios governamentais.
“Mas quando detectamos problemas, a gente também enxerga oportunidades”, afirmou. Ela informou que dentro da Embrapa foi formulado um programa que atenda tanto agricultores familiares, como aqueles já estabelecidos com alguma produção comercial. “É uma tentativa de inserir o produtor nesse sistema que vem por aí”. Uma das propostas de ação seria, segundo ela, a identificação de áreas de APP e de RL a serem recuperadas. "A nossa intenção é fazer por bioma a seleção de alguns municípios representativos e que a gente possa nesses locais começar um projeto-piloto”, esclareceu.
Ela informou ainda que, num segundo momento, seria feita a definição de espécies florestais prioritárias por região de abrangência dos viveiros. Também seriam identificadas áreas de coleta de sementes para cada local. “A ideia, além de regularizar essas áreas para o fornecimento de material de qualidade, é formar um grande banco de sementes por região”, afirma. Também há a previsão de se implantar pelo menos um Módulo Demonstrativo de Recuperação (MDR) de áreas de reserva legal em cada área de atuação do viveiro. “Essas áreas seriam um mostruário nosso utilizado para treinamento e capacitação de multiplicadores”.
Eny DubocA pesquisadora da Embrapa Cerrados Eny Duboc tratou do potencial econômico das plantas nativas do Cerrado. Segundo ela, há um mercado promissor e consistente para produtos extraídos de frutos nativos desse bioma. “O pequi é o carro-chefe, mas existem muitos outros”, afirmou. Ela apresentou uma relação de frutas de elevado potencial de exploração sustentada. Estão na lista, dentre outros, o araticum, a mangaba, o baru, a cagaita, além do pequi. E ela faz um alerta. “Se quisermos replantar ou aumentar a área de cultivo com espécies nativas nós temos que fazer de tudo para buscar o que acontece na natureza e nunca o monocultivo”.
As pessoas que participaram do Encontro de Mudas Nativas tiveram a oportunidade de responder um questionário elaborado pelos pesquisadores da Embrapa Cerrados Fabiana de Aquino, Eny Duboc e Francisco Rocha com o objetivo de levantar as demandas do setor de produção de mudas e sementes. No encerramento do evento, foram entregues sementes aos participantes – a distribuição foi feita pela Embrapa Cerrados e pelas organizações não-governamentais Clube da Semente do Brasil e Oca Brasil, de Alto Paraíso (GO). O Encontro foi organizado pela Embrapa Cerrados, Embrapa Transferência de Tecnologia, e Rede de Sementes do Cerrado e contou com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).

Texto e Foto: Juliana Caldas (4861/14//90/DF)
Jornalista da Embrapa Cerrados
juliana.caldas@cpac.embrapa.br
(61) 3388-9945

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Projeto de reflorestamento recebe prêmio e vira exemplo em RO




Sexta-feira, 12 de Abril de 2013, 08:48:48Meio Ambiente
Nas estradinhas rurais de Nova Califórnia só se vê verde dos dois lados. A plantação de frutos da Amazônia ocupa áreas que antes eram degradadas, ou eram de pastagens, há mais de duas décadas.
Na época, agricultores do Sul do país foram para lá plantar arroz, feijão e milho, mas perceberam que não havia como escoar a produção.
Cemildo Kaufer é um dos pioneiros do projeto Reca. Ele é gaúcho e foi para lá há 23 anos. A aposta no sistema agroflorestal, onde são cultivadas várias espécies, deu certo.
O carro-chefe foi o cupuaçu, logo depois veio o palmito da pupunha, que hoje toma conta de boa parte das plantações. Aí, foram somadas a castanheira, árvore nobre da Amazônia, que tem a extração proibida, o açaí, entre outros.
Os produtores rurais levam muito a sério a palavra cooperativismo. Agora, por exemplo, na época do corte da pupunha para extrair o palmito, eles se organizam em mutirões. Cada dia cortam o palmito da propriedade de um deles. Assim, não precisam pagar pela mão de obra e o lucro aumenta.
Hoje 350 famílias são associadas à cooperativa e outras 600 trabalham indiretamente com o Reca. Organizadas em associações, elas vendem os produtos à cooperativa. O total de área plantada do projeto Reca chega a três mil hectares, todos da agricultura familiar.
Manoel Pereira da Silva carrega nos braços o peso da maior produção de cupuaçu do distrito. Ele nasceu no seringal e trabalhou na extração do látex durante 12 anos, mas decidiu apostar no projeto, vendeu o gado para investir no cultivo da fruta. "Eu vi que o cupuaçu ia dar mais dinheiro que o gado e resolvi investir", diz.
Muitos agricultores hoje têm certeza que a vida ficou melhor no campo depois que se associaram à cooperativa.
Fonte:http://www.biomassabioenergia.com.br/noticia/projeto-de-reflorestamento-recebe-premio-e-vira-exemplo-em-ro/20130412085043_R_795

domingo, 14 de abril de 2013

Proteção de nascentes e margens de rios com ressocialização de detentos Equidade, Justiça Social e Cultura de Paz




Descrição

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), em conjunto com a Secretaria de Agricultura e Pecuária, tem desenvolvido programas com o objetivo de preservar a água potável. As ações se dividem em duas frentes: a proteção de nascentes e o reflorestamento de margens de rios. Para isso, a Cedae realiza a ressocialização de presos, que trabalham no plantio de mudas nas áreas de atuação.
O Programa “Rio Rural”, da Secretaria de Agricultura e Pecuária, lançou em 2007 a campanha “Rio Rural 2016 – Água Limpa para o Rio Olímpico”, em busca de melhorias nas condições de nascentes de cursos d’água. O Programa também oferece incentivos financeiros de até R$ 7 mil diretos ao produtor que deseja preservar as fontes de água,  de acordo com o perfil de sua propriedade.
Outra ação para melhorar a produção de água potável é o reflorestamento das margens de rios Guandu e Macacu, por meio do Programa “Replantando Vida”. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), de Seropédica, oferece assistência técnica e fornece as sementes. Com o programa, a Cedae economiza no tratamento da água bruta, porque o reflorestamento das margens torna os rios mais limpos. Cerca de 150 detentos em regime aberto e semiaberto, de ao menos dez unidades e instituições penais, participam do Programa e passam por uma formação, como agente de reflorestamento, com duração de 1080 horas-aula. Além das atividades de replantio, os internos são selecionados para trabalhar na construção e manutenção de incubadoras de mudas. Há pagamento de salários e redução de um dia de pena para cada três trabalhados.
Há também o Projeto “Muda Guandu”, desenvolvido pela Cedae em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente, visa recuperar, no prazo de três a cinco anos, cerca de 1 mil hectares de matas ciliares que margeiam o rio Guandu com o replantio de espécies nativas da Mata Atlântica. Este rio é o principal manancial do Estado, responsável por 80% do abastecimento do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense.
O replantio da mata ciliar das margens do Rio Guandu também é feito por detentos em regime aberto e semiaberto, resultado do convênio firmado entre a Cedae e a Fundação Santa Cabrini.
Também estão sendo realizados projetos para a despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas e da Baía da Guanabara.
Numa atitude em prol do desenvolvimento sustentável do estado, estes programas contribuem com a preservação do meio ambiente, a inserção social e melhoria da qualidade de vida do Rio de Janeiro.

Metodologia

O projeto Replantando Vida de reflorestamento se abastece de mudas de mais de 100 espécies de árvores nativas de Mata Atlântica em viveiros cultivados pela empresa: na Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, em Nova Iguaçu; na incubadora de mudas Arthur Sendas, no Centro de Visitação Ambiental da ETE Alegria, no Caju, Zona Norte do Rio; Viveiro Manuel Gomes Archer, na área do reservatório Victor Konder, em Campo Grande, Zona Oeste e o viveiro de produção de mudas florestais na ETE São Gonçalo, no Bairro Boa Vista, nas instalações da própria ETE.
O viveiro do Guandu, o primeiro criado pela Cedae, foi ampliado e hoje produz cerca de 300 mil mudas por ano; o da ETE Alegria, 31 mil/ano; o de Campo Grande, cerca de 30 mil/ano; e o de São Gonçalo, inaugurado em 2012, com capacidade de 180 mil mudas/ano. Também está previsto o lançamento do viveiro da Colônia Penal de Magé, com capacidade para produzir um milhão de plantas.

Objetivos

Rio Rural 2016 – Água Limpa para o Rio Olímpico:
• Proteger 2.016 nascentes até os Jogos Olímpicos
• Melhorar as condições de nascentes de cursos d’água até as Olimpíadas que serão realizadas no estado
• Promover a ressocialização de presos em regime aberto e semiaberto
Projeto Replantando Vida
• Recuperação da mata ciliar dos principais mananciais que abastecem a Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro: rios Guandu e Macacu
Projeto Muda Guandu
• Reflorestar mil hectares de matas ciliares ao longo de 50 quilômetros, com mudas de espécies da Mata Atlântica, numa faixa de cem metros, nas margens degradadas dos rios da bacia do Guandu.
• Melhorar a qualidade e as condições de tratamento na transformação da água do rio para água potável, representando ainda economia de energia elétrica e de produtos químicos
• Promover a ressocialização de presos em regime aberto e semiaberto

Cronograma

• 2003: Lançamento do Projeto “Muda Guandu”
• 2007: Lançamento do Projeto “Replantando Vida” e da campanha Rio 2016 – Água Limpa para o Rio Olímpico
• 2009: Cedae ganha o Prêmio ACRJ de Sustentabilidade pelo projeto “Replantando Vida”

Resultados

• No período 2008-2011, programa Rio Rural 2016 já protegeu 635 nascentes com apoio de agricultores familiares, prefeituras, empresas privadas, comitês de bacias hidrográficas e outros parceiros nacionais e internacionais.
• O trabalho em campo dos agentes de reflorestamento do “Replantando Vida” já possibilitou a produção de dois milhões de mudas de espécies nativas de Mata Atlântica nos viveiros espalhados pelo Estado do Rio de Janeiro. Além disso, já capacitou mais de 2 mil detentos como agentes de reflorestamento.

Instituições envolvidas

• Companhia Estadual de Águas e Esgotos - Cedae
• Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária
• Secretaria de Estado do Ambiente
• Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
• Fundação Santa Cabrini

Contatos

Fundação Santa Cabrini
Tel: (21) 2334-3946
 Gabinete do Secretário de Agricultura e Pecuária
http://www.cidadessustentaveis.org.br/boas-praticas/protecao-de-nascentes-e-margens-de-rios-com-ressocializacao-de-detentos

Usina abre comportas e causa danos ao meio ambiente, em Luziânia (GO)


Hidrelétrica de Corumbá III será notificada e pode ser multada em R$ 50 mil.
Árvores foram puxadas pela força da água; nível do rio subiu dez metros.


Do G1 GO com informações da TV Anhanguera


A abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Corumbá III, que fica em Luziânia, na região leste de Goiás, causou danos ao meio ambiente, às margens do Rio Corumbá. Por conta do procedimento, feito nesta semana, o nível do rio subiu dez metros e árvores nativas como pés de angico e jatobá foram puxados pela correnteza. Vários trechos do barranco também cederam.
Fiscais da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) estiveram no local e começaram a levantar os prejuízos ambientais causados.
Em conversa com funcionários da empresa responsável pela usina, foi confirmada que a abertura das comportas foi uma medida de segurança, pois o reservatório da usina havia chegado ao limite.Segundo a fiscalização, a hidrelétrica vai ser notificada a recuperar a área degradada. Caso fique comprovada a responsabilidade da usina, a multa pode chegar a R$ 50 mil.
Com a previsão de chuva para os próximos dias, os ribeirinhos estão assustados, pois o nível do rio não para de subir. "Vai só acabando [o meio ambiente], destruindo tudo cada vez mais. A mata aqui está indo embora", lamenta o caseiro Wilton Lemos.
A empresa informou que vai vistoriar os danos às margens do rio e justifica que a abertura das comportas é realizada de forma coordenada com o operador nacional do sistema elétrico. Diz ainda que a intenção da usina é garantir a segurança da população ribeirinha.
Fonte:http://g1.globo.com/goias/noticia/2013/04/usina-abre-comportas-e-causa-danos-ao-meio-ambiente-em-luziania-go.html

sábado, 13 de abril de 2013

Viveiro de Mudas Florestas - Viveiro Chacara das Palmeiras -

O Viveiro de Mudas Florestais Nativas comercializa mudas para refloretamento em porte de mudas menores em sacos de plastico chamados de balaios e de Arvores Nativas e Arvores Frutiferas em vasos plasticos .
São mudas frutiferas de varios tamanhos ,mudas nativas tambem de porte variado ,mudas para brindes ,sementes para brindes, sementes personalizadas, mudas personalizadas em tubetes biodegradáveis, sementes de árvores nativas de reflorestamento para brindes, sementes de árvores ornamentais para brindes, sementes de árvores exóticas para brindes, mudas de árvores ornamentais , mudas de árvores de reflorestamento e mudas de árvores para jardinagem .
Enfim temos os mais variados tipos de Arrvores e Mudas e Brindes Ecológicoscom mudas e sementes .
Nosso viveiro de mudas nativas florestais esta localizados em Parnaso Municipio da Estancia Turistica de Tupã.

terça-feira, 9 de abril de 2013

ARVORES E MUDAS NATIVAS PARA REFLORESTAMNETO GURRIPIARANA


NOME CIENTIFICO: MORUS CELTIDIFOLIA
FAMILIA DAS MORACEAS

Frutos verdes e maduro
Flor feminina
Flor masculina
Tronco
 Planta

NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: GURRIPIARANA vem do tipi e a etimologia significa “Parecido ou semelhante ao Gurrupiá” (Celtis iguanea), por causa da semelhança das folhas. Também é conhecida como Amora Brasileira, Amora do mato e Amora vermelha.

ORIGEM E OBSERVAÇÕES: Espécie rara encontrada principalmente no Peru e Equador, aparecendo em algumas ocorrências no estado do Acre e Rondônia. Nas minhas expedições em 2.010 foi uma surpresa encontrar essa raridade em uma formação de capoeira da Floresta semidecidua no Município de Campina do Monte Alegre – SP; a espécie ocorre juntamente com a Taiuva (Maclura tinctoria), Pau de lagarto (Casearia sylvestris) e o Gurrupiá (Celtis iguanea). Essa espécie difere da Amora comum (Morus Alba) principalmente por ter folhas menores acuminadas (com ponta longa) e bem semelhantes as do gênero Celtis (Essa é a razão da espécie ser chamada de CELTIDIFOLIA). O tronco é bem amarelado (como se pode ver na foto acima) e o mesmo exsuda látex amarelo como a taiuva, diferenciando da amora comum que exsuda látex branco. Compare as fotos que fiz da planta com as fotos da excicata do FIED MUSEUM disponível em:
http://fm2.fieldmuseum.org/vrrc/max/MORA-moru-celt-ecu-1554886.jpg (Planta feminina) e
  http://fm2.fieldmuseum.org/vrrc/max/MORA-moru-celt-mex-104430.jpg (Planta masculina). 

CaracterísticasArvoreta ramificada de 2 a 4 metros de altura, com ramos decumbentes ou arcados para baixo. O tronco é arredondado de coloração amarela escura e casca áspera; que deixa exsudar látex amarelado quando cortado. As folhas são papiraceáceas (de textura papel), alternas com formato ovado, medindo 5 a 7 cm de comprimento por 3,2 a 5,4 cm de largura, com pecíolo de 2 a 4,5 cm de comprimento, tendo bordas serreadas e às vezes lobadas (com recortes) no caso de plantas masculinas. As flores são dióicas (masculinas e femininas em arvores separadas), nascem nas axilas das folhas em grupos de 2 a 4 receptáculos (tipo de pedúnculo ou haste que se alarga) do qual se inserem estames (pequenos tubos do aparelho masculino que carrega o pólen) brancos de tamanhos variados. O gineceu (órgão feminino) é bicarpelar (com carpelos ou tecidos concrescidos que forma o fruto) com ovário (órgão que contem os óvulos) ínfero (que fica dentro do carpelo) uniovulados (com um óvulo ou futura semente), fecundados por pistilos ou glândulas diminutas desprovidas de filetes (pequenos tubos). O fruto é uma sorose (tipo de fruto carnoso e agregado) cilíndrica de 1,5 a 3 cm de comprimento por 0,8 cm a 1,2 cm de largura de cor vermelho escuro, carnoso e suculento, envolvendo minúsculas sementinhas castanhas.

Dicas para cultivo: Planta de fácil cultivo e rápido crescimento, bastante resiste a baixas temperaturas (até – 3 graus). Pode ser cultivada em todo o Brasil, e em qualquer altitude. Aprecia diversos tipos de solos, desde arenosos, turfosos e até arenosos, mais estes devem ser profundos, úmido, neutro (com pH ente5,0 a 6,2). Começa a frutificar com 1 ano após o plantio se multiplicada por estaquia ou com 2 a 3 anos se cultivada por sementes, tendo o inconveniente de formarem plantas masculinas improdutivas e femininas que são produtivas.

Mudas: As sementes são pequenas e recalcitrantes (perdem o poder germinativo em 30 dias se forem secas). Por isso devem ser semeadas logo que colhidas em jardineiras preenchidas com substrato feito de 40% de terra, 20% de areia e 40% de matéria orgânica. A germinação inicia-se com 15 a 35 dias e quando as plântulas estiverem com 10 cm de altura podem ser transplantadas para embalagens individuais que devem ser deixadas em local com sombreamento de 50%. As mudas atingem 35 cm com 4 a 5 meses após a germinação. A multiplicação por estaca é feita de outubro a novembro cortando da planta mãe estacas maduras com 30 cm altura por 0,9 a 15 mm de diâmetro. Devem ser plantadas em saquinhos contendo o mesmo substrato indicado acima, fincando 6 a 8 cm da base da estaca.

Plantando: Pode ser plantada a pleno sol como em bosques com arvores grandes bem espaçadas. Espaçamento 5 x 5 m entre plantas. É bom fazer covas de50 cm nas três dimensões e prepará-las com 2 meses de antecedência misturando aos 30 cm da terra inicial da cova 1 kg de calcário, 1 kg de cinzas e cerca de 6 pás de matéria orgânica. A melhor época de plantio é de setembro a novembro. Após o plantio irrigar a cada quinze dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época da florada.

Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco ou os cruzados e voltados para o interior da copa, que estejam atrapalhando a ventilação. Adubar com composto orgânico, pode ser 5 pás de cama de frango bem curtido + 30 gr de N-P-K 10-10-10 dobrando essa quantia a cada ano até o 3ª ano, depois manter essa adubação.

Usos: Frutifica nos meses de Outubro a Dezembro. Os frutos são consumidos in-natura e muito apreciados. Os frutos são ótimos para se fazer bolo e também servem para fabricar sucos, sorvetes e geléias. As flores são masculinas ou femininas são apícolas e a arvore é ornamental podendo ser cultivada com sucesso tanto na arborização urbana ou em projetos de reflorestamentos.http://colecionandofrutas.org/morusceltidifolia.htm